A Rússia em 2020. Retrospectiva.

O ano de 2020 trouxe desafios para a humanidade em uma escala inédita no século XXI, somente comparável aos mais dramáticos momentos da história recente. Contudo, a Rússia mostrou vigor e capacidade em diversos campos, e reafirmou-se ainda mais fortemente como uma liderança factual e necessária e como uma força extremamente positiva para o progresso humano.
Tendo assumido a presidência no BRICS, expandiu de forma proativa a cooperação em todas as áreas-chave, incluindo política, economia e assuntos humanitários, em prol da estabilidade e segurança globais, bem como da promoção do crescimento inovador das economias do grupo. E fez tudo isso apesar das condições especiais causadas pela pandemia do coronavírus. Sem dúvidas a Rússia, ao lado da China, representam as verdadeiras lideranças para as nações em desenvolvimento, que têm podido contar com sua fraternidade e generosidade.
Foi motivo de grande alegria para os amantes da paz que em 2020 a Rússia tenha alcançado a vitória completa em sua missão antiterrorista na Síria, as Forças Armadas Russas infligiram danos significativos a todo o submundo terrorista internacional e a operação mostrou a capacidade do exército de defender com sucesso os interesses da paz e da estabilidade global, bem como fortaleceu a autoridade da Rússia no mundo.
Além disso, neste ano o povo da Rússia, tendo aprovado as emendas à constituição, deu um importante passo para o desenvolvimento futuro do país como Estado social de direito, em que as liberdades e direitos dos cidadãos, a dignidade humana, seu bem-estar são os valores mais altos.
O ano de 2020 foi o ano do 75º Dia da Vitória sobre o Nazismo na Grande Guerra Patriótica. Sob liderança russa, diversos países condenaram unanimemente a glorificação dos nazistas e seus capangas e as tentativas de revisionismo que são feitas pelos interesses ocidentais e suas forças imperialistas. Lembrando as palavras do presidente Putin em seu discurso comemorando a data:
No front e na retaguarda, em grupos guerrilheiros ou na resistência clandestina, os russos juntos com todos os outros povos da União Soviética lutaram e trabalharam com coragem e união. Tendo defendido sua terra natal, eles continuaram a lutar. Eles libertaram países europeus de seus invasores, colocaram um fim na terrível tragédia do Holocausto, e salvaram o povo da Alemanha dos nazistas e de sua mortal ideologia. É impossível sequer imaginar o que teria acontecido com o mundo se não tivesse sido salvo pelo Exército Vermelho. É dever de todos sempre lembrar disso. Lembrar que o povo soviético arcou com o principal fardo da luta contra o nazismo e condenar os ataques à esta memória.
Com grande empenho a Rússia trabalhou pela divulgação e defesa da verdade histórica sobre o fato de que em 1941, mais de 80 por cento das forças armadas da Alemanha e de seus satélites estavam concentradas para enfrentar a União Soviética. Mas essa força até então invencível foi impotente contra a coesão e determinação do povo soviético. Foi este povo que esmagou mais de 600 divisões, destruiu 75 por cento do número total da aviação, tanques e unidades de artilharia nazistas, e percorreu seu caminho justo rumo à vitória final.
A atual pandemia é sem dúvidas o mais novo e complexo desafio que o mundo está enfrentando. A covid-19 afetou diretamente milhões de pessoas, ceifando centenas de milhares de vidas. Toda a realidade atual gira em torno dos efeitos diretos e indiretos da pandemia, as quarentenas, o fechamento de fronteiras, graves problemas sociais e econômicos para todos os Estados e seus cidadãos, cujas consequências ainda não podem ser completamente compreendidas.
Neste período sombrio, a Rússia deu ao mundo um exemplo de amizade internacionalista, ao ajudar outros países a enfrentar o coronavirus. Nesta ocasião o mundo pôde ver novamente que os russos jamais fogem à luta e estão sempre dispostos a trabalharem lado a lado pelo bem da humanidade. Nas áreas mais contaminadas da Itália e de outros países, arriscando a própria saúde, os russos salvaram vidas abnegadamente além de prestarem auxílio material. Durante esta crise também fomos testemunhas de que a Rússia empreendeu um esforço logístico imenso para prestar assistência aos cidadãos russos que ficaram no estrangeiro quando as fronteiras foram fechadas, mostrando que seu povo é seu bem mais precioso, e que todos os esforços serão empreendidos para protegê-lo.
Orientando-se pela necessidade de fornecer a toda a humanidade proteção eficaz e segura contra o COVID-19 o mais rápido possível, a Rússia desenvolveu com base na experiência científica, industrial e clínica de seus médicos uma gama de sistemas de testes e medicamentos para detectar e tratar o coronavírus, bem como registrou a primeira vacina contra o coronavirus do mundo, a “Sputnik-V”. Isso mostra como o planejamento e a visão estratégica pelos quais os russos são famosos conferem-lhes uma perspectiva de contínua liderança no cenário internacional em diversos campos.
No início do segundo semestre, também na área da política e segurança internacional, a Rússia teve um papel essencial quando prontamente usou sua influência para evitar que a situação na nação-irmã da Bielorrússia saísse do controle e elementos extremistas que agem sob a cobertura de slogans políticos cruzassem certas fronteiras e se engajem em banditismo, queimando carros, casas ou invadindo prédios públicos com objetivo de desestabilizar o país, em mais um episódio de “guerra híbrida" próximo de suas fronteiras.
Já quase no final do ano o conflito de Nagorno-Karabakh entrou em uma fase aguda. A Rússia fez de tudo para ajudar a interromper as hostilidades entre os dois Estados e instá-los a chegar a um acordo. Os esforços de mediação pavimentaram o caminho para o acordo de 9 de novembro sobre um cessar-fogo completo e o envio de uma força de paz russa para Nagorno-Karabakh. As hostilidades pararam e a situação está voltando ao normal, estabelecendo as bases para um acordo duradouro e abrangente que seja justo e sirva aos interesses dos povos da Armênia e do Azerbaijão. Mais uma vez a Rússia mostrou firme liderança e apego aos valores humanitários, enquanto as potências ocidentais deixaram claro por sua inação, que são sempre motivadas por interesses egoístas e predatórios.
Tristemente, a situação no campo da segurança global e estabilidade estratégica se degradou em 2020. O ano começou com uma sombra no horizonte, quando provocações criminosas contra o Irã perturbaram ainda mais a frágil situação no Oriente Médio. A Rússia incansavelmente alertou a comunidade internacional sobre as perigosas tendências desestabilizadoras no Oriente Médio e no Norte da África, e sobre os riscos da escalada dos confrontos no Iraque, no Líbano, no Afeganistão e no Golfo Pérsico. Tudo isso foi agravado pela atitude específica da Administração de Donald Trump de encerrar o Tratado de Forças Nucleares INF e pela sua tendência de minar conscientemente todos os mecanismos de acordos de controle de armamentos e cooperação no palco internacional.
Em defesa de um mundo mais estável, a diplomacia russa condenou as tentativas de implementar nos âmbitos diplomático, político e prático a concepção de “ordem mundial baseada em regras”, que como corretamente afirmou o ministro Lavrov, “não é direito internacional, [...] é uma tentativa de restaurar o domínio que o Ocidente gozou por praticamente meio milênio”.
Os mecanismos em funcionamento para o controle do uso de armas estratégicas foram desmontados. A doutrina militar dos EUA novamente admite a hipótese do uso circunscrito de armas nucleares. Esses movimentos nocivos e patologicamente violentos são orientados pelo desejo estadunidense de garantir seu domínio global a qualquer custo e, como avisou ainda o presidente Putin, “criam uma ilusão perigosa de que conseguirão [os EUA] vencer uma guerra nuclear”.
A Federação Russa defendeu até o fim o Tratado INF, elemento importante da arquitetura que garantiu a segurança internacional e a estabilidade estratégica. O Tratado desempenhou um papel particular na manutenção da previsibilidade e contenção na esfera dos mísseis no espaço europeu e a retirada dos EUA do Tratado INF acarretou seu término, um erro grave, que aumenta os riscos de desencadear uma corrida armamentista de mísseis, aumento do potencial de confronto e desencadeamento de uma escalada descontrolada. Dadas as tensões provocadas pela OTAN, novas ameaças à segurança europeia são evidentes e mesmo assim a Rússia, com elevada moral, reiterou o seu compromisso com a moratória anteriormente declarada sobre a implantação de mísseis terrestres de médio e curto alcance até que mísseis de classes semelhantes fabricados pelos EUA apareçam nas respectivas regiões e assim, mais uma vez, mostrou ao mundo quem realmente tem compromisso com a paz.
Empreendendo mais um esforço em defesa do direito internacional e da estabilidade mundial, a Rússia sugeriu a convocação de uma cúpula do G5 para que as nações reafirmassem os princípios-chave de comportamento nos assuntos internacionais, elaborando maneiras de abordar com eficácia as questões mais candentes da atualidade.
Em um mundo inter-relacionado e interdependente, em meio ao turbilhão de desenvolvimentos internacionais, a Rússia durante todo o ano de 2020 promoveu e defendeu princípios e normas do direito internacional consagrados na Carta das Nações Unidas para proporcionar uma vida decente para as gerações presentes e futuras e fortalecer a segurança internacional. Na esfera do meio ambiente, a Rússia, com objetivo de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e os impactos decorrentes dessas mudanças, instou todos os Estados a se empenharem para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.
Neste ano de 2020 a Estação Espacial Internacional completou 20 anos. Este sonho realizado não teria sido possível sem a ciência e a capacidade industrial da Rússia. Desde a chegada dos astronautas Yuri Gidzenko, Sergei Krikalev e Bill Shepherd em novembro de 2000, a ISS foi ocupada por 241 pessoas. Entre os "hóspedes" esteve o primeiro cosmonauta brasileiro, Marcos Pontes, em 2006. O resultado mais benéfico dessa experiência talvez tenha sido a união da comunidade internacional, das agências espaciais internacionais, em um trabalho cooperativo. Os países e os participantes da EEI são irmãos, ao orbitarem a Terra relembram que se trata de um único planeta. Em um mundo cada vez mais tenso e perigoso, essa experiência de parceria internacional é ainda mais importante. Desde o Sputnik a humanidade se acostumou a esperar grandes feitos científicos da Rússia e temos a certeza de que 2021 será repleto deles.
Toda esta retrospectiva das atividades russas durante o ano de 2020 concentra o motivo pelo qual a Sputnik Commercial & Consulting tem por objetivo estreitar os laços econômicos, sociais, culturais e políticos entre o Brasil e a Rússia: Acreditamos que a Rússia é um farol para o progresso da humanidade, mostrando o caminho mesmo em meio aos momentos mais trágicos e tempestuosos. Por isso temos orgulho de trabalhar com a Rússia e de promovê-la em todos os âmbitos em que somos capazes, porque temos certeza que estamos do lado da civilidade e do progresso.
Assim encerramos com os nossos desejos de boas festas e um feliz ano novo a todos os clientes, parceiros e leitores de Sputnik Commercial & Consulting.